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Cadernos do Desenvolvimento nº 14


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A décima quarta edição dos Cadernos do Desenvolvimento encerra um trabalho iniciado no primeiro semestre de 2011, no qual a editoria procurou estimular permanentemente o debate público e as atividades de ensino e de pesquisa no Brasil, tendo como foco o tema do desenvolvimento em suas diferentes dimensões, em sintonia com as preocupações registradas na obra e na trajetória de Celso Furtado.
 
Os Cadernos do Desenvolvimento receberam nestas últimas seis edições contribuições valiosas dos sócios do Centro Celso Furtado, de professores dos principais programas de pós-graduação do país e também de jovens pesquisadores, muitos deles apoiados por bolsas de mestrado e de doutorado oferecidas pelo próprio Centro Celso Furtado.
 
Nesta décima quarta edição serão publicados nove artigos. Os dois primeiros são inspirados em Celso Furtado. Um deles, de Rogério Castro, destaca as condições nas quais se constituiu o Estado brasileiro a partir da obra Formação Econômica do Brasil. Já o segundo, de autoria de Cleydia Regina Esteves, contribui para o aprofundamento do debate sobre a relação entre desenvolvimento e cultura, à luz do pensamento furtadiano. 
 
Em seguida, o leitor vai se deparar com outros dois artigos que abordam o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O primeiro, de Elisa Klüger, trata do criterioso processo de seleção de profissionais especializados para ingressar no Banco, uma das principais instituições do Estado desenvolvimentista, criada no início dos anos 1950, no intuito de atuar como formulador e executor da política nacional de desenvolvimento econômico. O segundo, de Caio Bugiato, tem como objeto de estudo a política do bndes de financiamento das grandes empresas nacionais.
 
O próximo texto, de autoria de Rafael Rosa Cedro, discute a estratégia do pré-sal como política de desenvolvimento nacional, o que também implica uma análise da mudança do marco regulatório para o setor. Na sequência, Marcelo Mallet Siqueira Campos nos brinda com o artigo intitulado Estado desenvolvimentista e a ampliação das capacitações: uma possível convergência, em que afirma haver pouca relação entre os estudos atuais sobre o papel do Estado no desenvolvimento econômico e as teorias modernas de desenvolvimento humano.
 
Rondônia: entre o estilo amazônico e a revitalização da noção econômica do desenvolvimento é o tema de Nathália Thais Cosmo da Silva e José Ambrósio Ferreira Neto em artigo que traz uma discussão conceitual do desenvolvimento, da forma como este foi instrumentalizado pelas políticas na Amazônia brasileira que tinham como objetivo a ocupação e o alargamento de atividades econômicas na região. Gilmar Ribeiro dos Santos e Raíssa Cota Pales, por sua vez, tratam das Estratégias de desenvolvimento em Minas Gerais: uma análise comparada das macrorregiões de planejamento, em um texto que tem como objetivo discutir em perspectiva comparada a dinâmica econômica recente do estado de Minas Gerais. Fechando a seção de artigos, Jair do Amaral Filho e Maria Cristina Pereira de Melo escrevem sobre Brasil e China: divergências e convergências entre agendas de desenvolvimento, debate que tem ganhado espaço na literatura econômica comparada.
 
A seção Desenvolvimento no Mundo Contemporâneo tem a satisfação de publicar a reflexão do economista Arturo Guillén, professor-pesquisador da Universidad Autónoma Metropolitana Iztapalapa, a respeito da economia mexicana no decurso da crise global do capitalismo.
 
Além disso, prestamos, nesta oportunidade, uma especial homenagem a Hélio Jaguaribe, cientista político, acadêmico e um dos maiores pensadores do processo de modernização brasileiro. Por sugestão do presidente do Centro Celso Furtado, Roberto Saturnino Braga, e com a anuência do próprio autor, estamos republicando nesta edição o seu texto sobre o Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb), que apareceu pela primeira vez na revista Opinião de 1979. Ainda no contexto dessa homenagem, a filha Anna Jaguaribe faz uma apresentação da comunicação do pai, procurando mostrar ao nosso leitor, e às novas gerações, a relevância da obra de Hélio Jaguaribe e da instituição que por tantos anos se dedicou, e que marcou época no Brasil.
 
O economista colombiano José Antonio Ocampo, professor da Escola de Assuntos Internacionais e Públicos (SIPA) da Universidade de Columbia, enriquece ainda mais esta edição com a excelente entrevista que concedeu a Marcos Costa Lima, Ricardo Bielschowsky, Ricardo Ismael e Rosa Freire d’Aguiar. Com grande experiência na área de economia e relações internacionais, Ocampo conversa sobre sua formação acadêmica e principais influências teóricas, analisa os desdobramentos da crise econômica e financeira que atingiu os Estados Unidos e a Europa a partir de 2008, reflete sobre os desafios para o Brasil em um cenário mundial marcado pela crescente influência da China, e discute seu envolvimento com o processo de desenvolvimento do seu país. 
 
Fechando esta edição, a seção Dossiê Celso Furtado publica as apresentações dos integrantes da mesa-redonda que encerrou o 2º. Congresso Internacional do Centro Celso Furtado, intitulada 2004-2014: A atualidade de Celso Furtado dez anos após sua morte. Coordenada por Rosa Freire d’Aguiar, esta histórica homenagem contou com as participações de Afrânio Garcia (Ehess), Aldo Ferrer (Universidad de Buenos Aires), Ângelo Oswaldo de Araújo Santos (Instituto Brasileiro de Museus), Carlos Brandão (UFRJ), Luiz Felipe de Alencastro (Universidade de Paris e FGV-SP) e Marcos Costa Lima (UFPE).
                                                                               
 
Ricardo Ismael
Editor 
 
 
 
 
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