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Amazônia Brasileira e Pan-Amazônia | Sumário e Apresentação


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Sumário

 
Apresentação
Roberto Saturnino Braga
 
Bienvenida desde Unasur
Ernesto Samper
 
Homenagens
 
Homenagem a Thiago de Mello, o poeta da floresta
Rosa Freire d’Aguiar
 
Madrugada camponesa
Thiago de Mello
 
Homenagem a Armando Dias Mendes
Tempo e Espaço amazônicos, segundo Armando Dias Mendes
Marcos Formiga
 
Amazônia: cidadania ou capitulação
Armando Dias Mendes (in memoriam)
 
Homenagem a Bertha Becker
Antonio Carlos Filgueira Galvão
 
Ciência, Tecnologia e Inovação – Condição do Desenvolvimento Sustentável da Amazônia
Bertha Becker (in memoriam)
 
Introdução
Por um projeto amazônico soberano
Eleonora de Lucena
 
1. Teses e mitos sobre o desenvolvimento da Amazônia
Antonio Carlos Filgueira Galvão
 
2. Os três polos de inserção da Amazônia Legal nas cadeias globais de produtos
Cristina Fróes de Borja Reis
 
3. A floresta e a memória
Ennio Candotti
 
4. Zona Franca Verde e sua importância estratégica para o embrião da bioindústria nas áreas econômicas especiais
Evelyne Lima de Souza, Edimary Porto Dias, Rebecca Martins Garcia
 
5. Questões de direito: biotecnologia, direito ambiental e questão fundiária
Girolamo Treccani
 
6. Saúde, povos e comunidades, colonialidade do saber e injustiça cognitiva
Helena M. M. Lastres
 
7. As zonas francas e as cadeias de valores: o modelo da Zona Franca de Manaus
Jean-Marc Siroën
 
8. Itaipu: hidroeletricidade e sustentabilidade
Jorge Habib Hanna El Khouri
 
9. Recursos hídricos da região hidrográfica amazônica: caracterização, valoração e governança 
Marcelo Bentes Diniz, Mónica Lizeth Cardozo de Barrios
 
10. A Pan-Amazônia e a Amazônia brasileira: caminhos da integração
Pedro Silva Barros
 
11. Amazônia brasileira: desigualdade social e enfraquecimento democrático na região Norte do País
Roberto Ramos Santos
 
12. Análise das interações existentes entre as dinâmicas do desenvolvimento de todo conjunto da Amazônia brasileira
Rosalía Arteaga Serrano
 
13. Os potenciais hídricos da Amazônia e o futuro energético do Brasil
Rubem Cesar Rodrigues Souza
 
14. Especificidades da agricultura familiar ribeirinha do Amazonas: desafios para sua inserção no debate sobre Arranjo Produtivo Local 
Valdenei de Melo Parente, Juan Ramón Gallego Bono
 
Posfácio
Amazônia
Samuel Pinheiro Guimarães
 
Programa do 3º Congresso Internacional do Centro Celso Furtado
Ficha técnica do 3º Congresso Internacional
Sobre os autores
 
 

Apresentação

 
O Brasil carece, forte e urgentemente, de formular um modelo de desenvolvimento específico para a Amazônia. As razões parecem óbvias, porém nem sempre consideradas pelas lideranças políticas e pelos centros de gravidade da sociedade brasileira como um todo. As dimensões da região, que abrangem metade do território nacional; sua importância para a estabilidade do clima do planeta; a riqueza da sua biodiversidade e de sua reserva de água potável, de relevância incalculável; as potencialidades que uma ciência da Amazônia, desenvolvida, oferece para o Brasil e para o mundo; a riqueza mineral e o potencial energético, ainda pouco conhecidos; a pobreza da população que vive à beira dos rios na floresta e as responsabilidades brasileiras com a preservação da vida, da saúde e da cultura da população indígena que habita a região; e a velha e bem conhecida cobiça internacional que, desde há muito, ronda toda esta imensa riqueza são motivações mais que suficientes para a convocação de uma atenção nacional que ainda não foi bem despertada nos
centros que comandam a política brasileira.
 
Por isso mesmo, o Centro Internacional Celso Furtado, cuja missão precípua é estudar a questão do desenvolvimento em geral, especialmente o desenvolvimento brasileiro e sul-americano, analisar, debater e difundir hipóteses e proposições acerca deste tema fundamental realizou, em setembro de 2016, em Manaus, um Congresso Internacional sobre o desenvolvimento da Amazônia.
 
O objetivo colimado não era o de discutir uma proposta de modelo elaborada pelo Centro e levada ao Congresso, mas suscitar uma importante discussão sobre o tema, inclusive com representantes de outros países da grande região, para chamar a atenção de toda a nação, mormente das populações do centro-sul onde o Cicef se localiza e atua com mais visibilidade, chamar atenção sobre esta missão urgente, de cumprimento imprescindível, que é alavancar o desenvolvimento adequado da Amazônia.
 
Nosso objetivo foi alcançado: não obstante a escassez de recursos e os altos custos de um congresso desta natureza em Manaus, o grande encontro foi realizado, com o decisivo apoio da Itaipu Binacional e da Universidade Federal do Amazonas, que nos cedeu o excelente espaço para os debates. 
 
A repercussão nos meios acadêmicos e na mídia nacional foi significativa, maior do que a de outros congressos do Centro realizados em anos anteriores.
 
Com o intento de ampliar a ressonância do evento e alargar a difusão das ideias apresentadas e discutidas naqueles dias em Manaus, resolvemos editar esta publicação, em complemento às notícias veiculadas na mídia e nos comunicados feitos aos nossos associados.
 
Ela se abre com as boas-vindas de Ernesto Samper, então secretário-geral da Unasul, seguido da introdução com um resumo bem fiel dos debates processados, feito pela competente jornalista Eleonora de Lucena. Destacamos três homenagens que foram inspirações para o Congresso, a primeira, em especial, foi prestada na abertura do evento ao grande poeta da Amazônia, Thiago de Mello, com a reprodução do poema que ele declamou aos participantes. Em seguida, temos as homenagens in memoriam a Armando Dias Mendes e a Bertha Koiffmann Becker, que souberam entender e transcrever tão brilhantemente as questões amazônicas. Logo após, segue-se o conteúdo mais diretamente ligado ao Congresso, com 14 artigos elaborados por participantes das diversas mesas, consubstanciando as ideias que defenderam durante as discussões.
 
Não há propriamente conclusões a oferecer, pois que tal não era o objetivo do encontro. Há, sim, relevantes ideias, propostas, razões a serem consideradas por toda a sociedade brasileira, com a atenção conclamada para esta enorme e rica região do nosso Brasil, carente, precisamente, desta atenção nacional mais demorada e cuidadosa.
 
Pessoalmente, penso que não devo deixar de registrar, a título de colaboração, duas opiniões minhas, consolidadas durante o Congresso: a primeira diz respeito à participação das Forças Armadas no desenvolvimento da região, que já é de grande importância, especialmente para a segurança e a preservação, mas pode se ampliar para outras missões relevantes como, por exemplo, o atendimento à saúde precária dos povos da floresta. A segunda é referente ao desenvolvimento da biotecnologia na região, como uma prioridade destacada, a começar pelo melhor aproveitamento do grande centro de biotecnologia recentemente instalado em Manaus e, até aquele momento, semiocioso.
 
Roberto Saturnino Braga
Diretor-Presidente do Centro Celso Furtado
 





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